I - Onde a ribeira começa

Assim começa a Ribeira das Jardas. Pelo menos, de forma oficial. E digo forma oficial porque a fonte recolhe as águas da encosta a montante, incluindo as que vêm do que parece ser uma mina (visível no canto superior esquerdo da primeira fotografia). A partir daqui é possível seguir a água num percurso contínuo até entrar no Tejo, em Caxias.

II - Junto à nascente a ver a foz

A Ribeira de Jardas nasce a cerca de 330 metros de altitude, junto a Almornos, um pouco abaixo do local onde esta fotografia foi tirada. Daqui vê-se o Tejo (aquela tira brilhante, ao fundo, é o reflexo do pôr-do-sol na água do rio, num dia nublado). Ou seja, podemos dizer, sem forçar a verdade, que é possível abarcarmos no mesmo olhar os locais onde nasce e morre a Ribeira das Jardas.

III - Como chegar à nascente

Na Estrada do Parque, que liga Dona Maria a Almargem do Bispo, virámos, quase em Almornos, para a Rua da Pedra Alta. Uns metros à frente, voltámos à direita para a Rua do Mosqueiro. Parámos o carro junto à escola abandonada, e descemos a pé em direcção ao centro de Almornos. Uma rua mais apertada continuava a descer, do lado esquerdo, e foi por ela, Rua da Fonte Caiada, que chegámos à fonte onde nasce a Ribeira das Jardas.

IV - Escola de Almornos

Em Fevereiro de 2010


Em Janeiro de 2011

Ao longo da ribeira não há só património natural ou monumental que merece ser preservado. A Escola EB1 de Almornos é património público e merecia, por isso, também ter sido cuidada.

Na primeira visita, em 6 de Fevereiro de 2010, o cenário já era caótico. Vidros partidos, caixilhos, estores, restos de computadores, livros com os registos e as notas dos alunos, livros escolares, cadernos e lixo pelo chão. Os quadros ainda se mantinham na parede e havia algumas secretárias de pé.

Na segunda visita, no primeiro dia deste ano, não chegámos a entrar. Mas deu para ver que a degradação alastrara para o exterior. Faltavam troços da vedação da escola, e até pedaços do muro tinham sido derrubados.

V - Começo

Começámos a nossa caminhada. Acompanhando a ribeira, descemos por um vale arborizado, com Almornos do lado direito, em cima, mas não se vendo as casas. Da ribeira ouvíamos a corrente, engrossada pela chuva dos últimos dias, e só quando as canas e a vegetação ripícola abriam uma brecha conseguíamos vislumbrar um pouco de água barrenta.

VI - Vestuário

Estávamos prevenidos para (alguma) chuva. Mas a água atacou pelos pés. Ao fim de poucas passadas já tínhamos os pés molhados, e assim se mantiveram ao longo da caminhada. Mas ninguém morreu (ou se constipou) por isso.

VII - Contornar os obstáculos



Menos de quatrocentos metros depois da nascente encontrámos o primeiro obstáculo digno desse nome. A ribeira entrava por um buraco num muro de betão e blocos de cimento, e a única solução foi contornar aquele e outros obstáculos, subindo a encosta à direita.

VIII - Quem disse que as abóboras não nascem nas árvores?

Quase no cimo da pequena encosta, passámos por uma velha construção em ruínas. Coberta de vegetação, esta testemunha de outros tempos serve agora de casa a uma aboboreira que suspende nela e numa árvore, mais atrás, os seus frutos.

IX - A quinta abandonada



Contornados os obstáculos, voltámos a ver a ribeira. Mas por pouco tempo. De novo ela se esconde, melhor dizendo, é escondida, debaixo do caminho em macadame. Logo a seguir é a estrada asfaltada e outro muro que nos afastam. Na estrada, procurámos, pela esquerda, uma abertura que nos permitisse chegar à ribeira. Não demorou muito. A entrada de uma quinta abandonada foi a solução do problema.

X - Por terrenos que já foram cultivados

Passada a estrada, a ribeira volta a encontrar um ambiente mais natural, apesar de profundamente moldado pelo Homem, neste caso terrenos que já foram agrícolas.

XI - O primeiro afluente

Junto a um velho álamo (Populus nigra) a ribeira recebe o seu primeiro afluente. Encosta-se, à esquerda, ao sopé do monte, e segue o seu percurso por terrenos que em tempos devem ter sustentado belas hortas. Pequenas pontes, de formas e materiais diferentes, atravessam a ribeira.